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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Diferencial! Que diferença faz?


Muuuiiiitttaaaaaa!!!! Todo automodelo de performance necessita de um diferencial, a menos que você tenha um brinquedo parecido com um automodelo e você acha que é uma supermáquina, mas não é!
Voltando aos Automodelos de verdade, sim, seu automodelo RC tem um diferencial - talvez até dois ou três, dependendo do tipo ou modelo. Um modelo que não possui diferencial, gira as duas rodas em um eixo rígido na mesma velocidade e, em uma curva, a roda interna tende a derrapar tornando o carro instável, assim como acontece com os Karts, tanto o real como o de escala possuem eixo rígido. Embora quase todos os automodelos tenham pelo menos um, e os diferenciais são uma peça crítica e indispensável para a pilotagem com performance e segurança, muitas vezes eles são incompreendidos.

O que um “diferencial” faz? Como funciona? Qual tipo é o melhor? Vejamos as respostas.

Qual a função de um Diferencial - Um diferencial permite que as rodas dispostas no mesmo eixo de um automodelo recebam energia simultaneamente nas duas rodas, mesmo que estas estejam realizando uma curva. Mas o que a curva tem a ver com o diferencial? É daí que vem o nome "diferencial", porque em uma curva a roda que está por dentro gira em velocidade diferente da que está por fora. Desta forma, o “Diferencial” trata cada roda de maneira “diferente”, transferindo energia suficiente para as rodas não perderem tração. 

Então, o “Diferencial” é um mecanismo que compensa a diferença de velocidade das rodas. Mas por que as rodas estão girando com velocidades diferentes? 

Veja, se o modelo ou o carro estiver se deslocando em linha reta, as rodas giram na mesma rotação ou velocidade. Mas quando o modelo inicia uma curva, fechada ou aberta, as rodas que estão na parte externa da curva acabam por girar mais rápido porque devem percorrer um caminho maior, mas no mesmo tempo do que as rodas que estão na parte interna da curva. Então, como o diff "sabe" o que fazer? Na verdade, o “Diff” é apenas um dispositivo mecânico complexo para realizar uma tarefa muito simples que, devido ao seu design engenhoso, qualquer aceleração de uma roda desacelera a outra da mesma forma e intensidade, de modo que a velocidade média das rodas serão sempre iguais ao rpm(rotações por minuto) do diferencial. 

Vamos exemplificar: Se o diferencial gira a 300rpm e o modelo anda em linha reta, as duas rodas giram a 300rpm. Mas se você faz uma curva fechada e a roda interna é forçada a diminuir sua rotação para 250rpm, a roda externa girará a 350rpm, mantendo assim a rotação média do Diferencial, que neste caso é de 300rpm. Vamos além, caso a roda interna diminua ainda mais sua rotação, para 150rpm por exemplo, a roda externa girará a 450rpm, mantendo a rotação média do exemplo nos mesmos 300rpm. Caso você trave uma das rodas, segurando-a para que não gire, a roda que está livre irá girar a 600rpm, sempre compensando as velocidades para que a rotação "média" do “Diff” seja mantida. Não importa como será a curva, a velocidade média das duas rodas sempre irá combinar com as rotações do “Diff”. 

O diferencial acima é um exemplo de duas engrenagens PLANETÁRIAS mais duas SATÉLITES.

Vale ressaltar que um diferencial só funciona em curvas, ficando estático quando o modelo está se deslocando em retas, ou seja, todo o conjunto gira simultaneamente com as engrenagens paradas transferindo assim, a mesma energia para ambas as rodas. 

Na Imagem abaixo vemos que, em uma curva, as rodas internas desenham um círculo menor do que o desenhado pelas rodas externas, mostrando nitidamente que as rodas externas devem acelerar para percorrer um caminho maior mas no mesmo espaço de tempo que as rodas internas.


Sempre que um modelo ou um carro de verdade estiver fazendo uma curva, as rodas internas vão girar menos do que as rodas externas. Um diferencial permite que isso aconteça enquanto ambas as rodas recebem a mesma força vinda do motor.
Por: Marco Daher

Bom, agora que já sabemos para que servem os Diferenciais, vamos ver quais os tipos mais comuns e como funcionam.

Basicamente temos dois tipos de diferenciais: os Diferenciais de Esfera e os Diferenciais de Engrenagens. A principal diferença entre eles é como a energia de saída se integra aos eixos de tração. 




No caso de um Diferencial de Engrenagens, a saída da energia se dá na engrenagem que está diretamente ligada ao eixo de tração, que no caso da imagem acima são as maiores, e que podemos chamar de “PLANETÁRIAS”. Já as engrenagens de transferência que dividem a força recebida do motor para as duas rodas conforme a necessidade, podemos chamar de “SATÉLITES”, que neste caso são as engrenagens menores.
Diferenciais de Engrenagens possuem sempre duas "Engrenagens PLANETÁRIAS", mas podem ter duas, três ou quatro "Engrenagens SATÉLITES". A imagem ao lado mostra o Diff com duas Engrenagens PLANETÁRIAS mais quatro SATÉLITES.

Já no Diferencial de Esferas, as engrenagens de transferência são substituídas por esferas, que fazem as vezes das “SATÉLITES” e podem possuir diversas esferas. As engrenagens de saída são substituídas por arruelas de aço planas, que fazem as vezes das “PLANETÁRIAS”. O funcionamento é o mesmo do diferencial de engrenagens. A diferença fica basicamente no tamanho e aplicação, visto que os Diferenciais de Esferas são usados mais comumente em modelos elétricos e ocupam menos espaço que os de Engrenagens e são menos resistentes. 

Para a regulagem de peso, no Diferencial de Engrenagens temos a utilização de Óleos de Silicone específicos para esse fim, com viscosidade(peso) variada para dar mais ou menos leveza em seu funcionamento. Já no Diferencial de Esferas, a regulagem se dá apertando o parafuso central que fica apoiado em uma mola muito forte que aperta ou afrouxa as arruelas contra as esferas deixando o diferencial mais ativo ou mais travado.

Resumindo, cada design tem suas vantagens e desvantagens e aplicações diferentes. 

Alguns fabricantes de óleo de Silicone utilizam nomenclaturas diferentes para registrar a viscosidade de seus produtos, sendo assim, veja a tabela de equivalência abaixo:


Suavidade - O diferencial de esfera tem uma vantagem. Como não tem engrenagens e, portanto, sem dentes de engrenagem, não tem folga nem jogo livre. Isso permite que a transferência de energia para as rodas através das esferas seja muito suave, mesmo quando se faz curvas muito fechadas, quando há a maior diferença de velocidade entre as rodas direita e esquerda. Essa suavidade ajuda a manter a tração em condições escorregadias.


Durabilidade e Manutenção - Uma vez montado, um diferencial de engrenagem pode funcionar por um longo período de tempo com pouca ou nenhuma manutenção, até que ele se desgaste. Uma diferença dos de esfera que, no entanto, exige desmontagem e manutenção periódicas para funcionar na sua melhor performance. Diferenciais de Engrenagem também podem lidar com mais energia do que os diferenciais de esfera, e é por isso que você para de ver a aplicação desses diffs de esfera quando se entra em categorias nitro de escala 1/10 e 1/8 de grande potência, alta tração e de maior peso.

Ajustes - Um diferencial de esfera pode ser ajustado, na pior das hipóteses, desmontando a balança superior e retirando o eixo de transmissão pra fora do caminho para alcançar o parafuso de regulagem. No entanto, um diferencial de esfera não possui uma ampla gama de ajuste. Se o parafuso de ajuste estiver solto demais, ele irá escorregar, e isso pode levar a um superaquecimento capaz de fundir as esferas às engrenagens de nylon. Apertar o parafuso de regulagem do diff pode ligeiramente retardar sua ação, mas mesmo que você trave apertando até o fim o parafuso de ajuste do diferencial, ele irá girar com facilidade graças a um rolamento chamado “thrust” (foto ao lado). Um diferencial de engrenagem é muito mais ajustável, desde que você possua o tipo certo que pode ser preenchido com óleo de silicone específico. Ao encher o diff com um fluido mais leve(maior viscosidade) ou mais pesado (viscosidade inferior), você pode configurar o diff para girar livremente ou praticamente bloquea-lo. Infelizmente, para fazer isso você deve remover o diff do modelo e abrir o case do diff para mudar o óleo.
Lembre-se que em um modelo OnRoad 4x4 quanto mais pesado o Diff dianteiro mais curvas o modelo fará, porém se faz necessário o equilíbrio para cada pista em que irá correr.
O peso do óleo a ser preenchido nos diferenciais de modelos OnRoad e OffRoad são diferentes, visto que cada tipo de modelo exige uma ação diferente dos Diffs. Desta forma é necessário sempre montar os diferenciais com o óleo indicado pelo fabricante de cada modelo e, a partir daí, fazer os testes necessários substituindo gradativamente o peso(viscosidade) do óleo para a necessidade de cada piloto, tanto para mais como para menos viscoso. 

Peso - Os diferenciais de esfera ganham na escala e no peso, e como a combinação de leveza e suavidade é o que torna os diferenciais de esfera tão populares para corridas, são os mais utilizados em modelos mais leves. Esses tipos de Diferenciais são utilizados onde a força é baixa o suficiente para que não seja necessário um diferencial de engrenagens.

Desmontagem e Manutenção - Diferenciais de engrenagem e esfera ambos entram na classificação de "diferencial aberto", o que simplesmente significa que o diff enviará energia para a roda com menos tração ou mais precisamente na roda que requer o menor torque. Digamos que seu caminhão está subindo uma ladeira e uma roda começa a perder tração. O diff enviará mais energia para aquela roda, fazendo girar mais ou "descarregar" a energia na roda com a menor tração. 

Para compensar isso, os pilotos tentaram encher seus diffs com uma graxa mais espessa. Isso faz com que a ação dos diffs se tornem mais pesadas quando operada à mão mas, uma vez instalada e em uso, as engrenagens internas do diff deslocam rapidamente a graxa para as paredes do Diff e giram livremente novamente. A solução era o diferencial totalmente cheio de líquido(óleo de silicone), que apareceu pela primeira vez com o Buggy Kyosho Inferno. 

Ao contrário da graxa, o fluido flui constantemente para dentro das engrenagens, em vez de ser esvaziado ou jogado para fora da caixa e ficar exposto. 

Os óleos de Diff também são oferecidos em uma grande variedade de viscosidades, de óleos "finos" a óleos "super espessos". Mas e se você não tiver um diferencial selado? Você pode obter um resultado semelhante usando a graxa Tamiya Anti-Wear ou a Graphite Grease da HUDY no seu diferencial de engrenagens. Essas graxas super-pegajosas se agarram às engrenagens e podem fazer com que o diferencial fique pesado, quase blocado. Use apenas um pouco de cada vez para obter o peso que você deseja. 

Não use óleo de Silicone vendido em Farmácias ou em casas de Cosméticos, a composição é totalmente diferente e você não irá conseguir o mesmo resultado, a não ser um “brilho sedoso” no seu Diff. Não use nem mesmo em Amortecedores, como já observamos em grupos de WhatsApp, os modelistas de primeira viagem fazendo essa besteira.
Por: Marco Daher

 
Este é o corte de um Diferencial Traxxas da Revo 3.3 Nitro que mostra as vedações(em azul) que permitem que o diff segure o óleo de silicone. Esse é um exemplo de Diff com duas engrenagens PLANETÁRIAS mais duas SATÉLITES. 

Os óleos para Diferenciais são vendidos em uma variedade de viscosidades de fluidos "finos" e mais espessos, para que você consiga um ajuste ideal para cada pista que irá correr.

Encha a caixa do Diff com o óleo escolhido tomando o cuidado para não deixar bolhas de ar.
No caso de não possuir um Diff Selado, utilize a graxa super espessa da TAMIYA.

O diferencial acima é um exemplo de duas engrenagens PLANETÁRIAS mais três SATÉLITES.

Aplicação - Alguns modelos possuem apenas um diferencial, são aqueles de tração apenas na traseira ou apenas na dianteira, raros no mercado. 
Os que possuem dois diferenciais entram na categoria de tração 4x4, ou seja, a maioria absoluta dos modelos comercializados hoje em dia. Entram nessa classificação os modelos de DRIFT elétricos, outros modelos OnRoad também elétricos e os famosos GT 1/8, os Monster Trucks como Revo, T-Maxx, E-Maxx, X-Maxx, Savage, LOSI, Thunder Tiger, os modelos 1/10 nitro Pro .12, os RTR Nitro de escala 1/16, 1/12, 1/10 e 1/8 e qualquer um que possua câmbio de pelo menos duas marchas. 
Já os modelos com três diferenciais, caem para os OffRoad como Buggy's e Truggy's que não possuem marcha e no lugar do câmbio entra o terceiro Diferencial. Esse é ligado por uma única coroa ao pinhão do motor, transferindo a energia de modo diferente ao eixo dianteiro e traseiro, conforme definição e ajuste do piloto para cada tipo de terreno onde vai pilotar.


Diferencial Central:
Quando se acelera o gatilho do rádio a reação do modelo é imediata, ele de pronto levanta a dianteira e consequentemente abaixa a traseira, essa ação faz com que todo o peso do modelo seja levado para as rodas traseiras, dando maior tração a elas e deixando as dianteiras patinando. O nome desse "fenômeno" é "Ação do Diferencial" em razão de ele transferir a maior parte de sua força para as rodas dianteiras, visto que elas estão mais fáceis de girar. Também podemos chamar essa reação de "Descarga de Diferencial". Claro que não queremos que isso aconteça, e para evitar recomenda-se montar o diferencial central com um óleo de silicone mais espesso (pesado) de numeração 100.000cst para cima. Desta forma as rodas dianteiras não irão receber a maior força e o giro do motor poderá chegar com intensidade equivalente nos dois eixos, mas deve-se chegar a um equilíbrio em razão da pista onde se vai rodar, e aí vai da experiência e teste dos melhores óleos para que você obtenha a performance necessária no circuito em que vai correr, seja OffRoad ou OnRoad.

Por: Marco Daher

Logo abaixo temos um vídeo explicativo sobre o princípio de um diferencial e como ele é aplicado aos carros, vale a pena assistir. Divirta-se!



Por: Marco Daher
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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Copa VERÃO 2017 em Brasília-DF

Teve início em 19 de novembro de 2017 a Copa Verão de Automodelismo Radio Controlado de Brasília-DF, com estimativa para três etapas, porém, com algumas chuvas fortes que caíram agora em dezembro, a cobertura do nosso palanque, que já estava em reforma, acabou caindo e atrapalhando o calendário. 
Tivemos então apenas uma etapa e, apesar de poucos carros não faltou emoção e pegas acirrados.
Veja ao final da postagem os vídeos das corridas dessa 1ª Etapa.
Veja abaixo alguns vídeos e fotos registrados pelos nossos associados Paulo Cesar e Renato Fonseca:






 

Veja a chuva impressionante no vídeo do amigo Paulo Cesar:


Após a tempestade, todos se mobilizaram para arrumar e estabilizar o palanque, colocando novas escoras, trocando algumas madeiras do piso superior e degraus danificados. 
O resultado é conforto para os pilotos além da segurança de todos os participantes e usuários da Pista de Automodelismo do Centro de Modelismo de Brasília.
Parabéns a todos os que se dedicaram e doaram materiais, tintas, mão-de-obra, dinheiro e tempo para que nossa pista voltasse a ficar em condições de uso.

Veja abaixo o resultado:

Fotos de Renato Fonseca.




Por: Marco Daher



Veja abaixo algumas fotos da etapa. Clique na imagem para amplia-la.















 Por: Marco Daher


Veja abaixo alguns LINKS Interessantes:










Por: Marco Daher