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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Como Consertar o RECOIL ou PULL-STARTER?


Quando surgiram os primeiros RECOILs ou PULL-STARTERs, a grande maioria dos modelistas gostou bastante da ideia, mas geralmente davam muitos problemas. Apesar deles aparecerem para ajudar a dar partida em seus motores, pessoas inexperientes ou novatas apanhavam e acabavam machucando as mãos por não saberem regular o motor e assim dar a partida mais facilmente e sem dores. Os Pull-Starters eram frágeis e mal projetados e os modelistas mais experientes nunca gostaram deles, afinal é mais peso para o modelo, diminuem o desempenho e podem machucar os dedos. Graças à enorme "explosão" de modelos RTRs (Ready To Run – Pronto para o Uso), os pull-starters ficaram mais confiáveis ​​e mais leves do que nunca, e não há nada mais econômico ou conveniente. Mesmo com o avanço e a confiabilidade eles possuem peças de desgaste e consequentemente ainda necessitam de manutenção. 

Vamos ver como preservar em boas condições, como é o seu funcionamento, quais os seus componentes e como consertar ou que peças substituir.

Componentes de um Pull-Starter ou RECOIL

Os detalhes individuais variam de fabricante para fabricante, mas basicamente o pull-starter contém estes seis componentes:

• Caixa do Recoil
• Cabo de partida 
• Polia 
• Mola de Recuo 
• Rolamento One-Way 
• Eixo de Partida





A configuração das peças e a ordem de instalação podem mudar, mas esses são os elementos essenciais.

Como funciona o Pull-Starter

Para entender o que acontece, veja que quando você puxa a manopla em forma de “T”, que está presa ao cabo de partida, a polia onde essa cordinha está enrolada começa a girar. A partir daí entra em funcionamento o rolamento “One-Way”, instalado no centro da polia, e que se trava no eixo de partida girando-o. O eixo de partida, por sua vez, se liga ao virabrequim do motor. Desta forma, o eixo de partida ao girar o virabrequim, irá empurrar a biela e o pistão em movimentos de vai e vem, e se a vela estiver ligada ao Ni-Starter (glow) e houver combustível na câmara de combustão, o seu motor irá ligar.

Logo após o motor ligar, o eixo de partida do Pull-Starter vai girar livremente pois entra em ação novamente o rolamento One-Way, que com o giro do motor faz essa liberação do eixo. O rolamento One-Way é a “Grande Sacada” para o Pull-Starter funcionar. 

É um funcionamento relativamente simples, mas caso o eixo de partida esteja um pouco gasto, o rolamento One-Way irá patinar e o motor não irá girar ao puxar a cordinha. Também pode ocorrer de o rolamento One-Way se desgaste, ocasionando o mesmo problema. Lembrando que o One-Way não deve ser lubrificado com qualquer óleo pois assim ele poderá também não travar o eixo de partida quando for necessário.


Um eixo de partida desgastado ou um rolamento One-Way defeituoso, causam o mesmo defeito, então é possível que necessite substituir os dois para que você volte a ter um Pull-Starter confiável novamente.


Rolamento One-Way

Um rolamento de sentido único (One-Way) geralmente se mostra ruim quando patina sobre o eixo de partida. Isto é, quando você puxa o cabo de partida e sente que o One-Way patinou, pode ter certeza que não terá força suficiente para ligar o motor. Você deverá substituir o One-Way, visto que este tipo de equipamento não possui conserto, é uma peça de desgaste, então será natural ter que substitui-lo eventualmente. Já com o eixo de partida, que é comumente a raiz do problema, visto que alguns não são feitos de aço devidamente endurecido, o que causa alteração em seu diâmetro com desgaste excessivo fazendo com que o rolamento One-Way patine. Então, caso precise trocar um, troque também o outro, pois o defeito de um, causa o defeito do outro. Melhor substituir os dois e ter assim a confiabilidade de volta e não ter uma peça velha estragando prematuramente uma peça nova.


Travando ao recolher o cabo.

Se o Starter não recolher o cabo adequadamente, pode haver sujeira ou detritos no compartimento do Starter que impede o Polia de puxar o cabo, ou a mola de recuo quebrou ou pulou para fora da trava do Polia. Se for apenas a sujeira, procure limpar sem deixar a mola de recuo escapar. Se for o último, você terá que tentar reparar ou substituir o pull-starter inteiro.

Reparar ou substituir?

Existem certas situações nas quais ele faz sentido comprar um novo pull-starter. O que parece ser uma solução simples pode não ser tão simples. Depois de abrir a caixa do pull-starter para substituir o cabo de partida ou reparar / substituir a mola de recuo, pode ser que você opte por substituir por um anovo Pull-Starter. Mas se um reparo for sua única opção, aqui estão algumas dicas de como consertar essas duas partes mais desafiadoras de um pull-starter. 

Rebobinando a mola de recuo

Ao abrir a caixa e verificarmos a Polia do pull-starter, teremos a informação se uma nova mola de recuo será necessária. O problema é que a mola de recuo tende a sair da carcaça e se torna uma confusão emaranhada. Se você precisa de uma nova mola ou não, você terá que enrolar a mola de recuo no Polia para que você possa colocar tudo de volta onde estava. Isso irá testar sua paciência como nada mais no mundo, mas pode ser feito.

Enrole firmemente a mola de volta ao redor da Polia até a mola ficar relativamente apertada. Geralmente, há um par de furos alinhados na Polia através do qual você pode inserir uma chave hex. Isso mantém o fim da mola de recuo no lugar enquanto você instala a Polia na caixa. Isso requer um toque delicado porque a mola de recuo pode explodir em uma bagunça emaranhada novamente sem muita provocação. Esteja preparado para tentar isso cerca de meia dúzia de vezes; se você pode fazer isso durante as primeiras tentativas, você está acima da média.

A outra maneira de instalar uma mola de recuo é rebobiná-la perfeitamente dentro da caixa de partida, depois coloque a Polia sobre a mola. Isso nem sempre é possível porque muitas vezes é difícil alinhar a mola de recuo com a Polia, mas se você tentar, vai ver que essa técnica às vezes é mais fácil do que enrolar a mola na Polia. Enrole algumas voltas da cordinha na Polia, depois puxe o cabo e segure-o enquanto você enrola mais algumas voltas a cordinha na Polia. Repita este processo até que a mola puxe todo o comprimento do cabo de partida, mas não mais do que isso.

Ambos os métodos podem parecer simples, mas se você fizer um movimento errado, a mola irá se desenrolar da polia mais rapidamente do que você possa dizer "PUTZZZZ!"


Uma maneira de tratar o One-Way

Para começar de maneira correta, um iniciante deve ter em mente que seu equipamento deve estar intacto e funcionando adequadamente, mas é o One-Way que muitas vezes se torna o mais crítico; se o One-Way não se encaixar e travar no eixo de partida, você não vai a lugar nenhum. O óleo geralmente não prejudica um rolamento One-Way, mas pode causar um mau funcionamento. A única vez que a lubrificação se torna um coisa ruim para um One-Way é quando essa lubrificação é em excesso e acaba atraindo sujeira e você não a limpa. É uma boa prática limpar o conjunto todo do eixo e do One-Way pelo menos algumas vezes durante o ano; limpe-o mais frequentemente se você usar o automodelo em um ambiente muito arenoso ou empoeirado. 

Siga esses passos para fazer a manutenção:

•Retire a caixa do Pull-Starter do motor. Certifique-se de que a Polia não saia da caixa; se sair, a mola de recuo explodirá para fora, e você terá que rebobinar a mola e recoloca-la no lugar. (e esse é o mais irritante reparo na história do RC).

•Limpe a carcaça, a Polia, o rolamento One-Way e o eixo de partida com um pouco de alcool.

•Quando tudo na carcaça estiver seco, coloque algumas gotas de óleo dentro do rolamento One-Way e no eixo de partida e reinstale a caixa de partida. Esta manutenção ajudará a evitar que o eixo e o rolamento One-Way sejam danificados pelo excesso de sujeira. A limpeza mencionada também pode ajudar a evitar que o One-Way patine, caso ele tenha sido saturado de óleo do combustível. 

Corrigindo um cabo de partida solto

Você já viu um RECOIL que não puxasse a cordinha o suficiente para manter a manopla no lugar? Isso geralmente acontece porque a cordinha foi repetidamente puxada demais, mais que 25cm e, ao longo do tempo, acabou por fadigar a mola de recuo. Para corrigir a tensão, basta puxar de 3 a 5cm de corda para fora da parte superior da manopla (para restaurar a tensão da mola) e amarrar um novo nó. Não deixe que a corda se solte ou que o nó se desfaça, caso contrário, a cordinha vai desaparecer na carcaça e você terá um problema nas mãos, então faça um nó apertado e coloque uma gota de SuperCola ou CIANOCRILATO sobre ele para garantir que permanecerá atado.

Se você não gosta da ideia de encurtar o cabo de partida, você terá que abrir o RECOIL para fazer a correção substituindo a cordinha. Puxe a manopla do Pull-Starter até que haja tensão na mola de recuo (atenção: puxe até sentir a força da mola, não puxe a mola toda senão a cordinha ficará travada). Em seguida, segure a Polia com o polegar e reenrole o cabo suavemente de volta para a Polia através do espaço entre a caixa do RECOIL e a Polia. Repita este processo até que você possa liberar o polegar da Polia e a tensão na mola de recuo conseguir segurar a manopla de partida na posição vertical.

Pronto, tudo novo de novo. Agora é só testar e aguardar a próxima manutenção.


Por: Marco Daher
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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Como Ligar um Motor Nitro?

Se você é um novato no maravilhoso mundo dos Automodelos RC Nitro e nunca ligou um motor desse tipo, então vamos dar um crédito por você não saber como liga-lo. Vai ser uma tarefa simples, caso seu motor esteja em boas condições e regulado com as definições de fábrica. Caso você não saiba essas regulagens e não possui o manual do motor do seu modelo, seria bom ler a postagem: “COMO REGULAR UM MOTOR NITRO”.

Se o seu automodelo RC for novo, seu motor precisará ser amaciado antes de você usar na pista. Este amaciamento serve para evitar desgaste ou danos prematuros do motor. Veja a postagem: COMO AMACIAR UM MOTOR NITRO

Depois de ler e fazer em seu motor as devidas modificações nas agulhas, estará apto a ligar seu motor, então pegue os seguintes materiais:
COMBUSTÍVEL - ALMOTOLIA - NI-STARTER - CHAVE DE FENDA - CHAVE DE VELA - STAND

Por: Marco Daher
Check-list

1. Verifique se as pilhas e/ou baterias estão instaladas e carregadas;
2. Quando ligado, verifique se os servos de direção e aceleração estão funcionando como deveriam;
3. Faça uma verificação de interferência afastando-se do modelo enquanto opera os controles. Veja se você ainda tem controle total na distância da qual você estará pilotando o modelo;
4. Com a Almotolia, encha o tanque do modelo evitando derramar combustível;
5. Verifique se o seu Ni-Starter(Glow) está carregado e funcionando (Para testá-lo, use uma vela nova ou de reposição que você sabe que está boa – a vela deverá acender forte;
6. Faça um teste com a vela instalada no motor, verifique se está acendendo forte. Veja a postagem sobre VELAS clicando AQUI.
7. Mantenha o modelo com as rodas suspensas pelo STAND.

Pronto para Ligar o Motor

· Coloque seu modelo sobre o STAND para que as rodas fiquem suspensas. Porque? Porque assim as rodas não forçarão o motor a travar levando ao desligamento, visto que quando o motor ligar a tendência é abrir a embreagem com o giro do motor e como as rodas estarão travadas no chão e o modelo forçado para baixo, a sua embreagem vai patinar e assim a cada ligada da forma errada, aumenta o desgaste e diminui significativamente a sua vida útil. Então, não ligue forçando o desligamento.
· Sempre ligue primeiro o Rádio Controle e depois o interruptor da bateria do receptor instalado no automodelo (para desligar faça o inverso, primeiro desligue o interruptor da bateria do receptor instalado no automodelo e depois o Rádio Controle).
· Retire o Filtro de Ar, que já deve estar embebecido com óleo de filtro(clique e veja a postagem sobre FILTROS DE AR), para ter acesso a abertura do Venturi. 
· Posicione o carburador com uma abertura de aproximadamente 1mm na gaveta ou no barril, dependendo do tipo do carburador. Veja a postagem: “COMO REGULAR O CARBURADOR DE MOTORES NITRO”.
· Não se esqueça de recolocar o Filtro de ar após essa regulagem. 
· Nunca ligue seu motor sem o Filtro de Ar. 
· A foto abaixo mostra como deve ficar a abertura.
 
Alimentando o Motor com Combustível

Primeiro, é necessário que o motor seja alimentado com combustível. A mangueira de combustível que vai do tanque para o motor geralmente está seca. Para levar o combustível do tanque até o carburador, tampe a saída da PIPA e rode o motor por algumas vezes até que veja o combustível enchendo a mangueira. Alguns tanques possuem uma bomba que joga o combustível para o carburador ao acionar um botão de pressão, como mostra a foto abaixo. A maioria dos tanques não possui essa bomba.
 
Depois que o combustível atingiu o carburador, conecte o seu Ni-Starter na vela, ajuste o acelerador do seu rádio no modo neutro e, em seguida, ligue o motor usando o método que você possui no seu motor, como o RECOIL, PULLSTART, EZ-START, ROTOSTART, DRILL, etc.


Cuidado com o PullStart e/ou Recoil, a cordinha desse equipamento é frágil e não deve ser puxada se notar um peso anormal no motor ou se der calço hidráulico. Também não puxe mais que 25cm. Lembre-se que quando você puxa a cordinha do RECOIL consequentemente você empurra o modelo para baixo, então o peso normal do modelo aumenta significativamente com sua ação e as rodas travam mais ainda. Este é o principal motivo de ligar o modelo sempre com as rodas suspensas, pois caso contrário, quando o motor ligar a tendência é abrir a embreagem com o giro do motor e como as rodas estarão travadas no chão e o modelo forçado para baixo, a sua embreagem vai patinar e assim a cada ligada da forma errada, aumenta o desgaste e diminui significativamente a sua vida útil.

No caso de usar DRILL(furadeira ou parafusadeira) regule o equipamento para um torque de médio para baixo, caso contrário você corre o risco de “moer” as engrenagens do ROTOSTART caso haja um calço hidráulico(excesso de combustível na câmara de combustão) ou por algum motivo o motor travar.

Se tudo estiver certo, em segundos você vai ouvir o ronco do seu motor mostrando que ele está vivo! Caso ele não ligue de imediato, verifique as configurações das agulhas de acordo com o manual de seu modelo. (Deixe sempre faceadas para ligar e depois regule para andar).


Pronto, agora é só alegria e fumaça na cara...

Por: Marco Daher

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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Diferencial! Que diferença faz?


Muuuiiiitttaaaaaa!!!! Todo automodelo de performance necessita de um diferencial, a menos que você tenha um brinquedo parecido com um automodelo e você acha que é uma supermáquina, mas não é!
Voltando aos Automodelos de verdade, sim, seu automodelo RC tem um diferencial - talvez até dois ou três, dependendo do tipo ou modelo. Um modelo que não possui diferencial, gira as duas rodas em um eixo rígido na mesma velocidade e, em uma curva, a roda interna tende a derrapar tornando o carro instável, assim como acontece com os Karts, tanto o real como o de escala possuem eixo rígido. Embora quase todos os automodelos tenham pelo menos um, e os diferenciais são uma peça crítica e indispensável para a pilotagem com performance e segurança, muitas vezes eles são incompreendidos.

O que um “diferencial” faz? Como funciona? Qual tipo é o melhor? Vejamos as respostas.

Qual a função de um Diferencial - Um diferencial permite que as rodas dispostas no mesmo eixo de um automodelo recebam energia simultaneamente nas duas rodas, mesmo que estas estejam realizando uma curva. Mas o que a curva tem a ver com o diferencial? É daí que vem o nome "diferencial", porque em uma curva a roda que está por dentro gira em velocidade diferente da que está por fora. Desta forma, o “Diferencial” trata cada roda de maneira “diferente”, transferindo energia suficiente para as rodas não perderem tração. 

Então, o “Diferencial” é um mecanismo que compensa a diferença de velocidade das rodas. Mas por que as rodas estão girando com velocidades diferentes? 

Veja, se o modelo ou o carro estiver se deslocando em linha reta, as rodas giram na mesma rotação ou velocidade. Mas quando o modelo inicia uma curva, fechada ou aberta, as rodas que estão na parte externa da curva acabam por girar mais rápido porque devem percorrer um caminho maior, mas no mesmo tempo do que as rodas que estão na parte interna da curva. Então, como o diff "sabe" o que fazer? Na verdade, o “Diff” é apenas um dispositivo mecânico complexo para realizar uma tarefa muito simples que, devido ao seu design engenhoso, qualquer aceleração de uma roda desacelera a outra da mesma forma e intensidade, de modo que a velocidade média das rodas serão sempre iguais ao rpm(rotações por minuto) do diferencial. 

Vamos exemplificar: Se o diferencial gira a 300rpm e o modelo anda em linha reta, as duas rodas giram a 300rpm. Mas se você faz uma curva fechada e a roda interna é forçada a diminuir sua rotação para 250rpm, a roda externa girará a 350rpm, mantendo assim a rotação média do Diferencial, que neste caso é de 300rpm. Vamos além, caso a roda interna diminua ainda mais sua rotação, para 150rpm por exemplo, a roda externa girará a 450rpm, mantendo a rotação média do exemplo nos mesmos 300rpm. Caso você trave uma das rodas, segurando-a para que não gire, a roda que está livre irá girar a 600rpm, sempre compensando as velocidades para que a rotação "média" do “Diff” seja mantida. Não importa como será a curva, a velocidade média das duas rodas sempre irá combinar com as rotações do “Diff”. 

O diferencial acima é um exemplo de duas engrenagens PLANETÁRIAS mais duas SATÉLITES.

Vale ressaltar que um diferencial só funciona em curvas, ficando estático quando o modelo está se deslocando em retas, ou seja, todo o conjunto gira simultaneamente com as engrenagens paradas transferindo assim, a mesma energia para ambas as rodas. 

Na Imagem abaixo vemos que, em uma curva, as rodas internas desenham um círculo menor do que o desenhado pelas rodas externas, mostrando nitidamente que as rodas externas devem acelerar para percorrer um caminho maior mas no mesmo espaço de tempo que as rodas internas.


Sempre que um modelo ou um carro de verdade estiver fazendo uma curva, as rodas internas vão girar menos do que as rodas externas. Um diferencial permite que isso aconteça enquanto ambas as rodas recebem a mesma força vinda do motor.
Por: Marco Daher

Bom, agora que já sabemos para que servem os Diferenciais, vamos ver quais os tipos mais comuns e como funcionam.

Basicamente temos dois tipos de diferenciais: os Diferenciais de Esfera e os Diferenciais de Engrenagens. A principal diferença entre eles é como a energia de saída se integra aos eixos de tração. 




No caso de um Diferencial de Engrenagens, a saída da energia se dá na engrenagem que está diretamente ligada ao eixo de tração, que no caso da imagem acima são as maiores, e que podemos chamar de “PLANETÁRIAS”. Já as engrenagens de transferência que dividem a força recebida do motor para as duas rodas conforme a necessidade, podemos chamar de “SATÉLITES”, que neste caso são as engrenagens menores.
Diferenciais de Engrenagens possuem sempre duas "Engrenagens PLANETÁRIAS", mas podem ter duas, três ou quatro "Engrenagens SATÉLITES". A imagem ao lado mostra o Diff com duas Engrenagens PLANETÁRIAS mais quatro SATÉLITES.

Já no Diferencial de Esferas, as engrenagens de transferência são substituídas por esferas, que fazem as vezes das “SATÉLITES” e podem possuir diversas esferas. As engrenagens de saída são substituídas por arruelas de aço planas, que fazem as vezes das “PLANETÁRIAS”. O funcionamento é o mesmo do diferencial de engrenagens. A diferença fica basicamente no tamanho e aplicação, visto que os Diferenciais de Esferas são usados mais comumente em modelos elétricos e ocupam menos espaço que os de Engrenagens e são menos resistentes. 

Para a regulagem de peso, no Diferencial de Engrenagens temos a utilização de Óleos de Silicone específicos para esse fim, com viscosidade(peso) variada para dar mais ou menos leveza em seu funcionamento. Já no Diferencial de Esferas, a regulagem se dá apertando o parafuso central que fica apoiado em uma mola muito forte que aperta ou afrouxa as arruelas contra as esferas deixando o diferencial mais ativo ou mais travado.

Resumindo, cada design tem suas vantagens e desvantagens e aplicações diferentes. 

Alguns fabricantes de óleo de Silicone utilizam nomenclaturas diferentes para registrar a viscosidade de seus produtos, sendo assim, veja a tabela de equivalência abaixo:


Suavidade - O diferencial de esfera tem uma vantagem. Como não tem engrenagens e, portanto, sem dentes de engrenagem, não tem folga nem jogo livre. Isso permite que a transferência de energia para as rodas através das esferas seja muito suave, mesmo quando se faz curvas muito fechadas, quando há a maior diferença de velocidade entre as rodas direita e esquerda. Essa suavidade ajuda a manter a tração em condições escorregadias.


Durabilidade e Manutenção - Uma vez montado, um diferencial de engrenagem pode funcionar por um longo período de tempo com pouca ou nenhuma manutenção, até que ele se desgaste. Uma diferença dos de esfera que, no entanto, exige desmontagem e manutenção periódicas para funcionar na sua melhor performance. Diferenciais de Engrenagem também podem lidar com mais energia do que os diferenciais de esfera, e é por isso que você para de ver a aplicação desses diffs de esfera quando se entra em categorias nitro de escala 1/10 e 1/8 de grande potência, alta tração e de maior peso.

Ajustes - Um diferencial de esfera pode ser ajustado, na pior das hipóteses, desmontando a balança superior e retirando o eixo de transmissão pra fora do caminho para alcançar o parafuso de regulagem. No entanto, um diferencial de esfera não possui uma ampla gama de ajuste. Se o parafuso de ajuste estiver solto demais, ele irá escorregar, e isso pode levar a um superaquecimento capaz de fundir as esferas às engrenagens de nylon. Apertar o parafuso de regulagem do diff pode ligeiramente retardar sua ação, mas mesmo que você trave apertando até o fim o parafuso de ajuste do diferencial, ele irá girar com facilidade graças a um rolamento chamado “thrust” (foto ao lado). Um diferencial de engrenagem é muito mais ajustável, desde que você possua o tipo certo que pode ser preenchido com óleo de silicone específico. Ao encher o diff com um fluido mais leve(maior viscosidade) ou mais pesado (viscosidade inferior), você pode configurar o diff para girar livremente ou praticamente bloquea-lo. Infelizmente, para fazer isso você deve remover o diff do modelo e abrir o case do diff para mudar o óleo.
Lembre-se que em um modelo OnRoad 4x4 quanto mais pesado o Diff dianteiro mais curvas o modelo fará, porém se faz necessário o equilíbrio para cada pista em que irá correr.
O peso do óleo a ser preenchido nos diferenciais de modelos OnRoad e OffRoad são diferentes, visto que cada tipo de modelo exige uma ação diferente dos Diffs. Desta forma é necessário sempre montar os diferenciais com o óleo indicado pelo fabricante de cada modelo e, a partir daí, fazer os testes necessários substituindo gradativamente o peso(viscosidade) do óleo para a necessidade de cada piloto, tanto para mais como para menos viscoso. 

Peso - Os diferenciais de esfera ganham na escala e no peso, e como a combinação de leveza e suavidade é o que torna os diferenciais de esfera tão populares para corridas, são os mais utilizados em modelos mais leves. Esses tipos de Diferenciais são utilizados onde a força é baixa o suficiente para que não seja necessário um diferencial de engrenagens.

Desmontagem e Manutenção - Diferenciais de engrenagem e esfera ambos entram na classificação de "diferencial aberto", o que simplesmente significa que o diff enviará energia para a roda com menos tração ou mais precisamente na roda que requer o menor torque. Digamos que seu caminhão está subindo uma ladeira e uma roda começa a perder tração. O diff enviará mais energia para aquela roda, fazendo girar mais ou "descarregar" a energia na roda com a menor tração. 

Para compensar isso, os pilotos tentaram encher seus diffs com uma graxa mais espessa. Isso faz com que a ação dos diffs se tornem mais pesadas quando operada à mão mas, uma vez instalada e em uso, as engrenagens internas do diff deslocam rapidamente a graxa para as paredes do Diff e giram livremente novamente. A solução era o diferencial totalmente cheio de líquido(óleo de silicone), que apareceu pela primeira vez com o Buggy Kyosho Inferno. 

Ao contrário da graxa, o fluido flui constantemente para dentro das engrenagens, em vez de ser esvaziado ou jogado para fora da caixa e ficar exposto. 

Os óleos de Diff também são oferecidos em uma grande variedade de viscosidades, de óleos "finos" a óleos "super espessos". Mas e se você não tiver um diferencial selado? Você pode obter um resultado semelhante usando a graxa Tamiya Anti-Wear ou a Graphite Grease da HUDY no seu diferencial de engrenagens. Essas graxas super-pegajosas se agarram às engrenagens e podem fazer com que o diferencial fique pesado, quase blocado. Use apenas um pouco de cada vez para obter o peso que você deseja. 

Não use óleo de Silicone vendido em Farmácias ou em casas de Cosméticos, a composição é totalmente diferente e você não irá conseguir o mesmo resultado, a não ser um “brilho sedoso” no seu Diff. Não use nem mesmo em Amortecedores, como já observamos em grupos de WhatsApp, os modelistas de primeira viagem fazendo essa besteira.
Por: Marco Daher

 
Este é o corte de um Diferencial Traxxas da Revo 3.3 Nitro que mostra as vedações(em azul) que permitem que o diff segure o óleo de silicone. Esse é um exemplo de Diff com duas engrenagens PLANETÁRIAS mais duas SATÉLITES. 

Os óleos para Diferenciais são vendidos em uma variedade de viscosidades de fluidos "finos" e mais espessos, para que você consiga um ajuste ideal para cada pista que irá correr.

Encha a caixa do Diff com o óleo escolhido tomando o cuidado para não deixar bolhas de ar.
No caso de não possuir um Diff Selado, utilize a graxa super espessa da TAMIYA.

O diferencial acima é um exemplo de duas engrenagens PLANETÁRIAS mais três SATÉLITES.

Aplicação - Alguns modelos possuem apenas um diferencial, são aqueles de tração apenas na traseira ou apenas na dianteira, raros no mercado. 
Os que possuem dois diferenciais entram na categoria de tração 4x4, ou seja, a maioria absoluta dos modelos comercializados hoje em dia. Entram nessa classificação os modelos de DRIFT elétricos, outros modelos OnRoad também elétricos e os famosos GT 1/8, os Monster Trucks como Revo, T-Maxx, E-Maxx, X-Maxx, Savage, LOSI, Thunder Tiger, os modelos 1/10 nitro Pro .12, os RTR Nitro de escala 1/16, 1/12, 1/10 e 1/8 e qualquer um que possua câmbio de pelo menos duas marchas. 
Já os modelos com três diferenciais, caem para os OffRoad como Buggy's e Truggy's que não possuem marcha e no lugar do câmbio entra o terceiro Diferencial. Esse é ligado por uma única coroa ao pinhão do motor, transferindo a energia de modo diferente ao eixo dianteiro e traseiro, conforme definição e ajuste do piloto para cada tipo de terreno onde vai pilotar.


Diferencial Central:
Quando se acelera o gatilho do rádio a reação do modelo é imediata, ele de pronto levanta a dianteira e consequentemente abaixa a traseira, essa ação faz com que todo o peso do modelo seja levado para as rodas traseiras, dando maior tração a elas e deixando as dianteiras patinando. O nome desse "fenômeno" é "Ação do Diferencial" em razão de ele transferir a maior parte de sua força para as rodas dianteiras, visto que elas estão mais fáceis de girar. Também podemos chamar essa reação de "Descarga de Diferencial". Claro que não queremos que isso aconteça, e para evitar recomenda-se montar o diferencial central com um óleo de silicone mais espesso (pesado) de numeração 100.000cst para cima. Desta forma as rodas dianteiras não irão receber a maior força e o giro do motor poderá chegar com intensidade equivalente nos dois eixos, mas deve-se chegar a um equilíbrio em razão da pista onde se vai rodar, e aí vai da experiência e teste dos melhores óleos para que você obtenha a performance necessária no circuito em que vai correr, seja OffRoad ou OnRoad.

Por: Marco Daher

Logo abaixo temos um vídeo explicativo sobre o princípio de um diferencial e como ele é aplicado aos carros, vale a pena assistir. Divirta-se!



Por: Marco Daher
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